As ações da Azul (AZUL4) decolaram nesta quinta-feira (6), logo após apresentarem um desempenho negativo no dia anterior.
Esse movimento ocorre na sequência do anúncio sobre o aumento de capital de até R$ 6,1 bilhões.
Apesar de terem perdido a posição de segunda maior alta do Ibovespa, os papéis da Azul fecharam com valorização.
A ação teve uma subida de 3,42%, cotada a R$ 3,93.
Segundo especialistas do mercado, as ações da Azul estão passando por uma correção após a queda de 8% registrada previamente.
As especulações sobre a fusão com a Gol (GOLL4) também influenciaram no comportamento do mercado, resultando em uma elevação de 9,29%, atingindo R$ 1,53.
Governo estabelece prazo para fusão de companhias aéreas
Os papéis das empresas Azul e Gol experimentaram forte valorização depois que ambas assinaram um memorando de entendimento visando a combinação de suas operações.
A partir de agora, esse processo tem um prazo definido para sua efetivação.
Esse é o prazo que o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] tem colocado. As companhias aéreas estão no processo de dar entrada na documentação. — Silvio Costa Filho, Ministro de Portos e Aeroportos
O governo federal indicou através de Silvio Costa Filho que a fusão entre as duas empresas deve ser concluída em até 12 meses.
Uma reunião entre a pasta e o presidente do Cade, Alexandre Cordeiro Macedo, está prevista para discutir os próximos passos.
Memorando de entendimento para a união entre Azul e Gol
No dia 15, Azul e Abras, que controla a Gol, firmaram um memorando de entendimento iniciando as negociações para fusão.
Se aprovado, a nova empresa deverá dominar cerca de 60% do mercado aéreo brasileiro.
A fusão será condicionada à conclusão do processo de recuperação judicial da Gol nos Estados Unidos, programado para abril.
Após a aprovação dos órgãos responsáveis, John Rodgerson, atual CEO da Azul, assumirá a liderança do novo grupo.
Operações separadas e expansão do mercado
A união não impactará a identidade das marcas, pois tanto Gol quanto Azul permanecerão operando de forma independente.
Entretanto, compartilharão aeronaves, possibilitando conexão ampliada entre principais cidades e destinos regionais.
O governo mostra-se atento a possíveis impactos no mercado de passagens aéreas e alerta que não aceitará aumentos que prejudiquem os consumidores.
Além disso, a aquisição de aproximadamente 50 novas aeronaves pelas companhias reforçará a aviação regional no Brasil.
A gente precisa ampliar cada vez mais a aviação brasileira. Essas companhias estão comprando novas aeronaves – em torno de 50 novos aviões, que ingressarão na aviação brasileira. — Silvio Costa Filho, Ministro de Portos e Aeroportos